Atividade de Fundamentos Filosóficos e Epistemológicos da Psicologia ministrada e orientada pela professora Rita Rapold, para o curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves.
Discentes:
Carla Nascimento;Lissandra Martins; Everaldo Monteiro ;
Janilda Angélica;Juciene Queiroz;
Rita de Cássia Goulart; Tatiane Pimentel;
Vanessa Giacon;Vanilda Oliveira
No Brasil Início do século XIX, não havia uma Psicologia propriamente dita, com terminologia própria, com conhecimento definido ou uma prática reconhecida, mas era crescente o interesse da elite brasileira pela produção e aplicação de saberes psicológico. Foi com a chegada da família real em 1808, e a independência, em 1822 que esse quadro se modificou sensivelmente. Com a modificação do panorâmico social e cultural do país, foram criados órgãos oficiais de transmissão e elaboração do conhecimento, como cursos superiores e sociedades científicas, periódicas na área da saúde que se constituíam como sinais de novos tempos. As mais antigas bases sobre as quais, mais tarde, veio à psicologia a se estabelecer no Brasil são reveladas pelo pensamento psicológico produzido nesse momento, denominado como período pré-institucional da psicologia, por não terem as obras então produzidas vínculos diretos com instituições especificas, como viria a acontecer posteriormente. A preocupação com os fenômenos psicológicos aparece em obras oriundas de outras áreas do saber, tais como: Teologia, Moral, pedagogia, médica, política e até mesmo Arquitetura; encontram-se, nestas, partes dedicadas ao estudo, análise e discussão de formas de atuação sobre os fatos psíquicos. Os autores brasileiros, com exceção de alguns que, embora tenham nascidos em Portugal, aqui passaram a maior parte de suas vidas,em geral, tiveram formação jesuítica e cursaram universidades européias, particularmente a universidade de Coimbra.A maioria desses autores exercia função religiosa ou política tendo vários deles ocupado importante cargos na colônia ou na metrópole. Entre eles José de Anchieta que revela através de suas “cartas informações, fragmentos históricos e sermões”, que já se podia apreender algo sobre a subjetividade indígena daquele período histórico e social. O “psicólogo” José de Anchieta é claro, é sujeito de seu tempo, apreende o ser índio a partir do seu ponto de vista antropológico da teoria católica da época. Podemos entrever o reconhecimento efetivo da identidade psicossocial do índio enquanto sujeito, cuja subjetividade se revela no espaço de relações concretas e deve ser compreendida na sua peculiaridade e diversidade.As obras são impressas na Europa, sobre tudo em Portugal, pois ainda não havia imprensa no Brasil. Encontram-se nessas obras preocupações com os seguintes temas: emoções, sentidos, auto-conhecimento, educação de crianças e jovens, características do sexo feminino, trabalho, adaptação ao ambiente, processos psicológicos, diferenças raciais, aculturação e técnicas de persuasão de “selvagens”, controle político e aplicação do conhecimento psicológico á pratica medica. No século XIX o Brasil sofreu grandes mudanças, deixando a condição de colônia e transformando-se em império, ainda que se mantendo sob o poder da realeza portuguesa. A condição de autonomia, mesmo que relativa, trouxe profundas transformações à sociedade brasileira, inserindo-se aí a produção de idéias e práticas de natureza psicológica. Neste contexto, o pensamento psicológico produzido neste período diferenciou-se do precedente, particularmente pela vinculação às instituições então criadas. A produção de saber psicológico ainda foi gerada, no entanto, no interior de outras áreas do conhecimento, fundamentalmente na Medicina e na Educação. Desta forma, os personagens dessa história são principalmente médicos, educadores, bacharéis em direito e até engenheiros, sendo que muitos deles acabaram por dedicar-se exclusivamente à Psicologia e podem ser considerados como os primeiros psicólogos brasileiros.
Em 1833 foram criadas as faculdades de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia. Segundo Pessotti (1988) são “nestas instituições e em escolas de formação do magistério que se inicia a formação de um saber psicológico brasileiro em moldes acadêmicos”. No decorrer do século XIX até o início do século XX, inúmeras teses de graduação em Medicina abordaram temas "psicológicos” Em 1890 Benjamin Constant introduz nas escolas normais o ensino da Psicologia através da Reforma de Ensino, para que fosse transmitida a Psicologia Lógica, Pedagogia e Psicologia nas disciplinas de Filosofia e Pedagogia. Alguns anos depois, idealizado por José Joaquim Medeiros e Albuquerque, em 1906, o psicólogo francês Alfred Binet planejou para o Brasil o primeiro Laboratório de Psicologia Pedagógica no “Pedagogium”. Foi dirigido por 15 anos pelo médico sergipano Manoel José Bonfim, ele considerava “o fenômeno psicológico como eminentemente histórico social constituído nas relações entre consciências, mediatizadas pela linguagem, compreendida como produto e meio da socialização” (Campos et al.,2001; p.93).O primeiro Laboratório de Psicologia Experimental foi criado em 1914,na escola normal de São Paulo, dirigido inicialmente pelo italiano Ugo Pizzolli.As escolas normais que tinham como objetivo formar professores de ensino infantil e o que hoje chamamos de ensino fundamental, em 1921 viram acrescentado ao seu currículo a disciplina Psicologia, mas ainda nessa época como optativa, só passou a ser disciplina obrigatória a partir de 1928.
Em 1923 foi fundado o Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas de Engenho de Dentro, estado do Rio de Janeiro, dirigido pelo polonês Waclaw Radecki, este laboratório não se limitava à experimentação; deveria auxiliar a instituição médica frente às necessidades clínicas e sociais, além de atuar como núcleo científico e centro didático na formação dos técnicos brasileiros, sendo transformado em 1931 no Instituto de Psicologia do Ministério da Educação e Saúde Pública. Mas o objetivo de Radecki não foi alcançado, com menos de um ano de atividade, provável falta de recursos financeiros e também pela pressão de grupos médicos e católicos, foi fechado sendo novamente reaberto em 1933 e incorporado alguns anos mais tarde à Universidade do Brasil, atual UFRJ. Ainda neste ano de 1923, Ulysses Pernambuco foi nomeado diretor do Hospital de Doenças Nervosas e Mentais do Recife, abolindo o uso da camisa de força e introduzindo a terapia pelo trabalho (praxiterapia). “Publicou em 1930, “A Psicologia em Pernambuco” e em 1933” A Reforma de Assistência a Psicopatas de Pernambuco”.Manoel Bergstrom Lourenço Filho, professor e bacharel em direito, em 1926, organizou a obra “Biblioteca da Educação”, com vários títulos na área de Psicologia. Em 1929 começou a pesquisar sobre a leitura e a escrita, que resultou na publicação dos “Testes ABC”, reconhecidos e válidos internacionalmente, apesar das críticas que possam ser feitas a testes psicológicos em geral. Alguns anos depois publicou também “Introdução ao Estudo da Escola Nova”, implantou as classes escolares homogêneas com base na aplicação e resultados dos alunos nos testes ABC. Em 1938 foi nomeado diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP. Lourenço Filho liderou o processo que culminou com a regulamentação da profissão e a implementação dos cursos específicos para a formação de psicólogos.
Em 1927 foi fundada a Fundação da Sociedade Brasileira de Psicanálise por Franco da Rocha, Lourenço Filho, Raul Briquet, Durval Marcondes, dentre outros.O ano de 1929 foi o momento em que se criou a Escola de Aperfeiçoamento para Professores em Minas Gerais, com um Laboratório de Psicologia idealizado por Claparède, Simon e Walter e coordenado pela renomada Helena Antipoff.
A Revolução de 30, tras alguns aspectos marcantes como a vinda de professores estrangeiros para chefiar e orientar grupos; a formação de bibliotecas mais ricas; criação de uma carreira em psicologia, mesmo que em cursos destinados a filosofia, ciências sociais ou pedagogia; o surgimento da influência da psicologia norte-americana ao lado do influxo de origem francesa ou européia; a associação de uma Psicologia Geral e Experimental à formação filosófica ou sociológica e a vinculação de Psicologia Educacional à formação em Pedagogia. Desta polarização deriva a ênfase em aspectos teóricos e metodológicos da Psicologia nos cursos de Filosofia e Ciências Sociais e dedicação aos testes, nos de Pedagogia.
A Primeira Universidade do país é criada em 1934, a USP. Segundo Pessoti (1988) é nesta universidade e neste mesmo ano que a Psicologia torna-se disciplina obrigatória de ensino superior, em três anos nos cursos de Filosofia, Ciências Sociais, Pedagogia e em todos os cursos de licenciatura e deixa assim a condição de disciplina opcional, acessória da Psiquiatria ou da Neurologia. Outra Universidade foi criada em 1939, a Universidade do Brasil, atualmente é a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mais alguns anos a frente, em 1945, é fundada a Sociedade de Psicologia de São Paulo por Annita Cabral e Otto Klinenberg. Um ano depois foi lançada a Portaria 272, referente ao Projeto Lei 9.092, que institucionalizou a formação do psicólogo brasileiro. Segundo Pereira e Pereira Neto (2005), “ O psicólogo habilitado legalmente deveria freqüentar os três primeiros anos de filosofia, biologia, fisiologia, antropologia ou estatística e fazer então os cursos especializados de psicologia. Com a formação dos denominados especialistas em psicologia, iniciou-se oficialmente o exercício desta profissão”.
O primeiro curso de Psicologia foi criado em 1953 na PUC – Rio, neste mesmo ano foi realizado o I Congresso Brasileiro de Psicologia, no Paraná e elaborado o primeiro anteprojeto de regulamentação da profissão de “psicologista”, pela Associação Brasileira de Psicotécnica e pelo ISOP. No ano seguinte foi fundada a Fundação de Associação Brasileira de Psicólogos, em São Paulo. A partir de 1957 a Psicologia distingue-se da Psiquiatria e da Pedagogia, segundo o parecer 412/57 e amplia seu campo de atuação. Mais de mil pessoas nesse período atuam com Psicologia Aplicada e no mesmo ano foi criado o curso de Psicologia na USP, criado por Annita Cabral e outros. No dia 27 de agosto de 1962 foi aprovada a lei 4119 que regulamenta a profissão e a formação do psicólogo no Brasil. De acordo com a lei são funções privativas do psicólogo: o diagnóstico psicológico, a orientação e seleção de pessoal, a orientação psicopedagógica, a solução de problemas de ajustamento e a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências. No mesmo ano o Conselho Federal de Educação (CFE) emite o Parecer 403/62 que fixa o currículo mínimo de formação em Psicologia no Brasil. Colaboraram para este parecer os professores Lourenço Filho, Nilton Campos, Carolina Bori, dentre outros. Em 1964 com o golpe militar emerge a Psicologia Humanista como a “terceira força” da psicologia, ainda neste ano é criado o primeiro mestrado em Psicologia na PUC-Rio; o regime militar dissolve o Departamento de Psicologia da UNB e também é realizado o I Encontro Nacional de Psicologia, em São Paulo.Em 1971,através da lei 5.766,foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia, estes teriam como objetivo regulamentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão. O Primeiro Código de Ética Profissional foi aprovado em 1975. Foi elaborado inicialmente pela Associação Brasileira de Psicólogos, em 1967 foi modificado e aprovado em resolução do CFP somente em fevereiro de 1975. Quatro anos depois em 1979, foi reformulado; em 1987 foram acrescidas resoluções complementares; e em 2005 foi aprovado o atual Codigo de Ética Profissional. O primeiro Congresso Nacional de Psicologia foi realizado em 1994, em Campos do Jordão e a partir de 1999 aproximadamente 100.000 psicólogos encontram-se legalmente reconhecidos para praticar a Psicologia no Brasil. Essa é uma história sem fim, continua até nossos dias em constante desenvolvimento.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NA BAHIA
Para entender a história da Psicologia, é necessário voltar a fatos do passado,desde a vinda da família real, no período do Brasil colônia. Na Bahia ,em 1808, com a assinatura da Carta Régia, por D.João,criou-se o Ensino Médio no Brasil. Essa criação fora o início do estudo e desenvolvimento do ensino. D.João era Príncipe Regente porque sua mãe, D. Maria I,tinha ficado louca, perdera a razão, desde o falecimento do marido e do filho primogênito. Em Agosto de 1962, foi promulgada a Lei Federal nº 4.119, que regulamentou a profissão de psicólogo no País. Em 1968, fora criado o curso de graduação em Psicologia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas na Bahia, que sofreu atraso de uma década na sua criação idealizada por João Inácio (curso de graduação em Psicologia na Universidade Federal) devido a preconceitos e resistências da classe médica que detinha um status social e dominava a área profissional da saúde. Sendo assim, o nascimento desse curso ameaçava e disputava uma área profissional até então ocupada por médicos de várias especialidades e até mesmo por clínicos gerais, mas essa influência preconceituosa não impediu o avanço da Psicologia.
Na década de 70, fora implantada na Bahia, linhas de estudo sobre a psicoterapia. Só em 1975,que a profissão de psicólogo passou a ser organizada e estabelecida. A Universidade Federal da Bahia, era a única formadora de psicólogos do Estado, por um período, aproximadamente, de três décadas. Em 1998, trinta anos depois, inicia na Faculdade Ruy Barbosa o curso de graduação em Psicologia. Hoje, existem vinte e quatro Instituições de Ensino Superior que oferecem o Curso de Psicologia, para cinco de graduação em Medicina em todo o Estado. Em uma perspectiva positiva, a Psicologia passa a ter um conhecimento próprio tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compreendido entre a medicina e educação. Com isso, o mercado de trabalho sofreu várias alterações socioeconômicas, com o surgimento de várias faculdades. Em uma análise negativa, mostra que o um crescente número de profissionais pode está contribuindo para a degradação do valor da mão-de-obra. Sem falar nos novos problemas e disputas interprofissionais. A profissão do psicólogo no Brasil teve inicio com a criação das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia em 1833 e até o final do século XIX, não havia nenhuma sistematização ou institucionalização do conhecimento psicológico. A Psicologia não era incipiente. As associações profissionais e de pesquisa não foram identificados o que existia eram pessoas interessadas, curiosos dos temas e questões psicológicas, portanto, não havia a profissão de psicologia no Brasil durante o século XIX. Sendo este período denominado pré-profissional.
A Psicologia foi iniciada como ciência há cerca de 100 anos, sendo a sua regulamentação, como profissão no Brasil, somente em 27 de agosto de 1962 perante a LEI: 4.119: dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Com a vinda do golpe militar de 1964 e com a instalação de seu regime repressivo, a perspectiva da psicologia e as suas conquistas foram reprimidas. O currículo do curso sofreu várias mudanças pelo Ministro da Educação. Segundo Carpigiani (2000, p.97), “Ocorreram mudanças enormes nos últimos anos no Brasil e no mundo, no que se refere aos aspectos: cultural, social, político, ideológico, dentre outros, hoje requerem a intervenção da psicologia com tais mudanças nova paradigmas surgiram”. O período da profissionalização é compreendido entre 1890/1906 e 1975.abordando desde a gênese da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão e a criação dos seus dispositivos formais que teve várias discussões sobre essa nova profissão e a partir daí, um novo rumo começou a ser delineado. Após a inauguração dos laboratórios de psicologia experimental na educação (1906), e a criação do código de ética (1975) a psicologia passa a ter um conhecimento próprio tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compreendido entre a medicina e a educação.
Na Bahia, Nina Rodrigues (1939) aplicou o paradigma ao contexto social no final do século XIX produzindo conhecimentos sobre aspectos do ambiente cultural, de tipos humanos, do comportamento de grupos e de pessoas. Rodrigues delegou o retrocesso econômico da Bahia á predominância da raça negra e aos mestiços, que, com suas doenças, costumes e religião, influenciavam a população. E concluiu que tanto a decadência do estado quanto o caráter epidêmico da doença conformavam uma enfermidade decorrente de uma e patológicas. A descrição antropológica que daria sustentação á sua análise de movimentos sociais.
Nina se inspirava na produção científica de europeus que tornava patológicos os conflitos da vida cotidiana, situou os seus estudos sobre movimentos de massa como constitutivo da Psicologia social.Em 1975 a profissão psicóloga passou a estar organizada e estabelecida. Sofrendo alterações socioeconômicas. Com formação referente a três grandes áreas como: Clínica, Escolar, Organizacional.
PIONEIROS DA PSICOLOGIA NO BRASIL E NA BAHIA
Francisco Franco da Rocha
Conhecido como o eminente psiquiatra e psicólogo de renome internacional, brasileiro casado, paulistano de Amparo, distinguiu-se por ter sido por ter sido um dos pioneiros em psiquiatria e psicologia no Brasil. Assenhoreou-se das idéias e teorias dos filósofos gregos e romanos da antiguidade assumia posição crítica o que levou a adotar suas próprias idéias como características humanitárias em relação aos doentes mentais. Idealizou e fundou o hospício Juqueri hoje Franco da Rocha. Foi professor da clinica neuriátrica e psiquiátrica na faculdade de medicina de São Paulo e introduziu a teoria freudiana, divulgando-a no Brasil pela primeira vez. Devido as suas numerosas publicações foi membro da Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira nº. três que tem como patrono Matias Aires. Foi um dos pioneiros da psiquiatria Social e da Forense como também da psicologia Social e Psicologia Jurídica do Brasil. Sua dedicação foi um marco para os portadores de doenças mentais procurando não só o tratamento mais colaborando para que esses pacientes fossem felizes desenvolvendo atividades úteis e sentissem valorizados
Juliano Moreira
Moreira também foi um dos pioneiros da psiquiatria brasileira.
Dois anos antes da abolição Juliano Moreira entra na faculdade de medicina da Bahia, formando-se aos 18 anos, em 1891, tornou-se professor da faculdade. Nascido em 06 de janeiro de 1873, Juliano é um dos pioneiros, pois participou em 1900 de congressos internacionais representando o Brasil. Em 1903 após exercer a clinica psiquiátrica na Faculdade Baiana de Medicina, mudou-se para o Rio de Janeiro onde a frente do Hospício nacional dos Alienados, humaniza o tratamento e acaba com o aprisionamento dos pacientes. Para Julian fatores físicos e situação como higiene e falta de acesso a educação era a causa original das doenças mentais o que contrariava os pensamentos em voga no meio acadêmico que atribuía os problemas psicológicos a miscigenação.Foi Membro da Academia Brasileira de Ciências entre 1917 e 1929 tendo ocupado o cargo de presidente no último triênio. Em 02 de maio de 1932 Juliano Moreira morre no Rio de Janeiro.Sua contribuição foi de grande importância na saúde mental na Bahia e no Brasil.
Álvaro Rubin de Pinho
Nascido em Manaus e falecido em Salvador no ano de 1996 formou-se médico pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1945. Especializou-se em psiquiatria em Salvador e em São Paulo, defendeu a tese “diagnóstico da psicose maníaco depressivo” em 1955 e as “funções cognitivas dos epilépticos”, em 1965. Durante muitas décadas foi o professor titular de psiquiatria da Universidade Federal da Bahia, formando e influenciando gerações de psiquiatras. Sua obra totalizou-se de 70 publicações incluindo investigações em psiquiatria transcultural, psicofarmacologia, neuropsiquiatria forense e história da medicina. Alguns de seus trabalhos sobre psiquiatria cultural e antropologia das doenças mentais foram: “Aspectos socioculturais das depressões na Bahia, em 1968”; “Tratamento religioso das doenças mentais em um bairro pobre de Salvador, 1976”.Afirmou que seus mestres foram Luiz Cerqueira, influenciando no estudo da dimensão social da doença mental e Nilson Pires que o ensinou a importância da Psicologia, as obras de Raimundo Nina Rodrigues, particularmente as dedicadas aos transtornos mentais coletivos e Arthur Ramos que na década de 20 realizou estudos detalhado sobre os estados de possessões do candomblé considerados fenômenos culturais diferenciando-os claramente dos transes histéricos, considerados fenômenos psicopatológicos.Portanto é de grande relevância e notoriedade a contribuição de Álvaro Rubim para a medicina no que tange aos problemas mentais na cidade do Salvador e consequentemente para o país.
Ulisses Pernambuco de Melo Sobrinho
Natural de Recife nasceu em 06 de fevereiro de 1892 e faleceu no Rio de Janeiro em 1912, exercendo a clinica geral na cidade de Lapa, PR e em Vitória de Santo Antão, PE. Em 1925 fundou em Recife o Instituto de Seleção e Orientação Profissional de Pernambuco. Antes em 1917 foi nomeado para o asilo da Tamarineira na sua atividade psiquiátrica de 1930 a 1935.Em 1918 prestou concurso para cátedra de Psicologia e pedagogia (estudo natural integral da criança, sob o aspecto biológico, antropológico, psicológico) tendo sido aprovado em 1º lugar e no ginásio catedrático de psicologia, lógica e história da filosofia.Na década de 30 Ulysses foi diretor do hospital Tamarineira, tinha um projeto chamado de pensão protegida, porém não teve sucesso porque terminou sendo preso pelas forças da ditadura de 1937.Em 1938 fundou a revista Neurobiologia, psiquiatria e higiene mental no nordeste.
Isaias Alves
Natural de Santo Antônio de Jesus - Bahia. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia em 1910. Tendo-se dedicado ao magistério antes mesmo da sua formatura, obteve, em 1931, o Masters of Arts e Instructor in Psychology pelo Teachers College da Columbia University, tendo estudado com Edward L Thorndike.
Dirigiu o Ginásio Ypiranga, a partir de 1911. Foi professor do Ginásio da Bahia. Na Escola Normal da Bahia (atual Instituto Central de Educação Isaías Alves), lecionou Psicologia Educacional (a partir de 1931) e realizou estudos psicológicos, com a colaboração de Simone Bensabath e João Inácio Mendonça, seus assistentes; foi idealizador, fundador e professor da Faculdade de Filosofia da Bahia (atualmente integrada à Universidade Federal da Bahia). Foi comissionado pelo governo da Bahia para orientar professores primários na utilização de testes pedagógicos e psicológicos. Realizou, em 1926, a aferição da escala Binet-Simon, na versão Cyril-Burt, publicada nos Anais Médico-Sociais da Bahia. Realizou também pesquisas com o Teste de Ballard. Entre 1932 e 1935, montou o Serviço de Testes no Serviço de Medidas Escolares do Instituto de Educação, na gestão de Anísio Teixeira na Direção da Instrução Pública do Distrito Federal; aí criou e produziu vários estudos sobre testes.
Escreveu inúmeras obras, dentre as quais: Teste Individual de inteligência: noções gerais sobre testes (1927), abordando a fórmula Binet-Simon-Burt e sua adaptação para a realidade brasileira e os testes de labirinto de Porteus; Os testes e a reorganização escolar (1930), procurando demonstrar a aplicabilidade dos testes à situação escolar; além disso, publicou obras sobre Educação e ministrou inúmeros cursos na Bahia e em outros Estados sobre testes e sua aplicação à Educação. Realizou pesquisas sobre a evolução psicológica da criança, tendo coletado 36.616 notas sobre o desenvolvimento dos seus três filhos mais novos, trabalho que ainda está a merecer análise. Isaías Alves integra uma tradição de educadores baianos, iniciada em meados do século XIX com Abílio Cesar Borges, Barão de Macahubas.
Referências Bibliográficas
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Referências Digitais
www. neaad.ufes.br/subsite/psicologia/obs04hn.html