terça-feira, 31 de maio de 2011

TRABALHO DA APO DE METÓDOS QUANTITATIVOS 01

 Atividade de Métodos Quantitativos em Psicologia ministrado e orientado pelo professor Daniel Martins, para o curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves.

Discentes:
Alan Barreto; Clésia Ribeiro;
Janilda Angelica; José Maria 
 Liliane Carmen;Sanyara Freitas;
Tamires Mendes;Tatiana Nery;
Tatiane Pimentel
























































































TRABALHO DA APO DE METÓDOS QUANTITATIVOS - CONTINUAÇÃO

TRABALHO DA APO DE METÓDOS QUANTITATIVOS 03

Atividade de Métodos Quantitativos em Psicologia ministrado e orientado pelo professor Daniel Martins, para o curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves.


Componentes da equipe:
CARLA NASCIMENTO
EVERALDO DE CARVALHO
FABIANA
JUCIENE QUEIROZ
LISSANDRA MARTINS
MARIA VANILDA
QUELE ALVES








 


Histograma estatistico

GERAÇÕES TECNOLÓGICAS (BB, X, Y, Z, M...).


Atividade de Informática ministrado e orientado pelo professor Reginaldo Brito, para o curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves.

Discentes:

 Carla Nascimento;Lissandra Martins; 
Everaldo Monteiro ;Janilda Angélica;
Juciene Queiroz;  Tatiane Pimentel;
Vanessa Giacon;Vanilda Oliveira


A dinâmica do mundo digital apresenta diversas formas de interatividade entre as pessoas. O boom das mídias sociais (Blogs, Twitter, Orkut, Linkedin, Foursquare e Facebook) causou um grande avanço que proporcionou um movimento enorme de compartilhamento de informações. O estudo das gerações ganhou importância entre os que se vêem em conflitos com pessoas de faixas etárias diferentes. De acordo com a visão da famosa estudiosa no comportamento de gerações Eline Kullock, presidente do Grupo Foco e autora do blog “Foco em Gerações”, onde houver convívio social e relações hierárquicas de poder, há choque de gerações. Um dos exemplos clássicos de conflitos de geração está nos conflitos entre a geração nascida na época entre as duas guerras mundiais e as gerações subsequentes. “Pessoas nascidas até 1940 viveram períodos de guerra, onde o militarismo viveu seu auge. E como herança militar, sempre são conservadores e privilegiam a hierarquia de poderes, estão entre o que chamamos de “Geração Veterana”. Cada uma delas passou por acontecimentos econômicos e culturais específicos, que fizeram com que os comportamentos se dessem de forma distinta”. Sendo assim, pode-se detectar muitas gerações distintas convivendo em 2010. De geração em geração muita coisa e muitos  comportamentos mudam, isso sempre existiu, entretanto, atualmente o que está acontecendo é uma aceleração dessa corrida de gerações, em que a idade é apenas um dos fatores que as separam e que o comportamento, a forma de agir e as novas tecnologias são as principais diferenças. Podemos dividir em quatro gerações; os Baby Boomers, a Geração X, a Geração Y , a Geração Z e a Geração M.Cada uma tem sua faixa etária, mas a idade mental e a velocidade com que se adaptam às novas mudanças ajudam a equilibrar mesmo aqueles que são de uma geração anterior.  O que é impossível evitar , entretanto, é o contato de uma geração com a outra em um mercado de trabalho que está, ou não, pronto para lidar com as diferenças. Não é difícil encontrar, em uma mesma empresa pessoas de gerações diferentes, e ai vem o conflito de valores e posturas.
Os Baby Booms, é a geração dos nascidos nas décadas de 40 e 60 pós-guerra,foi o “boom” de natalidade das grávidas com a volta dos soldados da 2ª guerra mundial. Nascidos de pais conservadores têm como objetivo a realização profissional, a construção da carreira sólida. Introduziram a Segurança Social e a idéia que se devia poupar para viverem tranqüilos na velhice. Firmes e maduros nas suas decisões são pessoas que vestem a camisa de suas empresas e receiam trabalharem para a concorrência, sendo fiel a seus princípios. O que conta para eles é o tempo de trabalho e a experiência na empresa. A essa geração estão ligados os principais acontecimentos mundiais como a ida do homem a lua, o capitalismo, a contestação política social, a guerra do Vietnam, a guerra fria, o consumismo, o feminismo, a revolução sexual, o rock’n” roll, entre outros. Criados em frente à televisão aprenderam muito com as informações visuais, hoje são os executivos, líderes políticos, a camada superior da administração pública e empresarial. Os boomers têm expectativas em relação à saúde e a serviços sociais em relação a gerações passadas. É interessante verificar que nos últimos anos insiste-se em modelos de atividades físicas, lazer, cuidados e serviços para essa geração que em relação a seus pais aumentaram a expectativa de vida, são pessoas que vão a faculdade, aprendem novas línguas, a usarem celulares de última geração e estão inseridos em programas sociais que estabelecem estudos atualizados na informática por exemplo.
Sabemos que na vida nada é eterno, a transição dessa geração deve ser realizada gradativamente sem maiores transtornos, os novos querem entrar no mercado de trabalho e alguns veteranos querem descansar, porém nem pensam em aposentadoria.
A Geração X, também conhecida como a geração sem nome ou sem identidade,  teve inicío na década de 60 até meados de 70,  formada  pelos filhos da Geração Baby Boomers, tinha como objetivo classificar os adolescentes, eles eram rebeldes para uma sociedade conservadora e tinham comportamentos que não eram aceitos para época; como fazer sexo antes do casamento. Sua característica era sua própria individualidade,  mas não perdiam a convivência em grupo, gostavam de produtos de qualidade, romperam ligação com outras gerações anteriores, mantendo sua particularidade. O respeito pela família era menor que em outras gerações, procuravam a sua liberdade, foi nessa geração que as mulheres começaram a chegar ao mercado de trabalho. Passavam muito tempo nas empresas, muito responsáveis, gostavam de longas reuniões, mostravam algumas restrições aos avanços tecnológicos, sofreram com a instabilidade da economia e o medo do desemprego, conviveram com a descoberta da AIDS. Gostam de variedades, de não de fazer as mesmas coisas todo dia, sua meta de carreira são novos desafios e oportunidades, acreditam que a melhor maneira de garantir-se no serviço é o crescimento, aprendizado e adicionar novas habilidades, tem tremenda sede por conhecimento, mas buscam serviços calmos, divertidos e satisfatórios. Gostam de trabalhar em equipe, aprender, dar feedback à comunidade,não apenas trabalho, querem também feedback sobre o seu desempenho, são autoconfiantes e possuem espírito empreendedor. Um exemplo dessa geração é Rodrigo Schmidt, 32 anos, Engenheiro de Software do Facebook e Marcos Losekann, repórter do Jornal Globo.
Logo após nasce a Geração Y, dando vazão a vastas inovações, isso aconteceu por volta dos anos 90. Com o país já vivendo a Democracia e uma economia aberta, cresceu o respeito depois  do Plano Real.  A Internet, abre as portas do mundo para eles, por isso, são considerados pelos norte-americanos, como a geração que já nasceu usando a Internet, denominados como “nativos digitais”. Algumas características marcantes dessa Geração: mechem em tudo; gostam do improviso; são impacientes, apressados; utilizam-se da tecnologia para obterem rapidez e facilidade; tem liberdade com os pais, são seus parceiros, ensinam a tecnologia a eles; decidem o que querem ou o que vão fazer, o que às vezes traz alguns conflitos nas organizações (empresa-trabalho); precisam de uma liderança generosa para evitar possíveis conflitos; mudam de emprego com facilidade, não se importam em ir para o concorrente; são profissionais mais voltados para si mesmos, querem reconhecimento e crescimento profissional; buscam subir rápido na carreira; gostam de desafios; são inquietos; detestam filas; usam intensamente o celular; gostam de ver com quem falam, valorizam imagem; adoram interatividade, o contato ágil e imediato, entre outros. Como exemplo de personalidade dessa geração, o goleiro Marcos do Palmeiras e Ronaldo “Fenômeno”.
Entre as decadas de 80 e 90 surgiu a Geração Z, nasceram com a chegada da internet e da explosão tecnológica. Para eles os avanços inimagináveis há 25 anos não são nada estranhos, brincam com videogames super modernos, computadores cada vez mais velozes, para eles é impossível imaginar um mundo sem internet, telefones celulares, computadores, iPods, entre outras novidades do ramo. Estão cercados de muita informação, tudo que acontece é noticiado em tempo real e muitas vezes esse volume imenso acaba se tornando obsoleto em pouco tempo. A obsolescência é algo bastante comum para eles, a rapidez com que os avanços tecnológicos se apresentam atualmente acabam por condicionar os jovens a deixar de dar valor às coisas rapidamente. Vivem virtualmente aquilo que a realidade não permite, talvez daí venha o fascínio por jogos fantasiosos onde podem ser o que quiserem, sem censura ou reprimenda. Por outro lado, na vida real, tem dificuldades em relacionamentos interpessoais, o que gera problemas na comunicação verbal, principalmente com a geração  anterior a sua. Outra característica  é a ausência da capacidade de ser ouvinte. Um exemplo da personalidade desta geração é apresentadora infantil do programa do SBT.
A geração que ocupará o poder em cerca de 10 a 15 anos tem hoje entre 8 e 10 anos de idade. Ela é chamada de “Geração M”, ou “Geração Media”, dada à tremenda exposição diária a todos os tipos de mídia.
Os jovens sempre foram mais propícios às novidades, absorvendo-as e disseminando-as para a sociedade, desde a invenção do rock n’roll, passando pela cultura hippie, chegando hoje nos computadores e internet. Esse novo rótulo surgiu de um estudo da Kaiser Family Foundation em 2005, chamado, Generation M, o estudo mostrou que a casa de um típico jovem americano se transformou em um verdadeiro QG de mídia. Em média um adolescente americano possui duas televisões, três rádios, três plays de videocassete ou DVD, dois videogames e um computador,50% por cento dos jovens americanos possuem TV a cabo em casa e 30% acesso a banda larga, eles tem o dia-a-dia saturado por mídia. Isso se deve ao fato de que, em 26% do tempo, os jovens utilizam duas ou mais mídias simultaneamente. Essa também já é a realidade do jovem brasileiro que possui acesso a internet e com a facilidade de acesso, a tendência é a incorporação de ainda mais jovens a geração M. Anteriormente, em um momento se assistia televisão, em outro se lia revistas, depois se ouvia o rádio, agora o adolescente enquanto assiste à televisão navega pela internet em busca de mais informação, compartilha suas opiniões com amigos através de ferramentas como o Orkut ou o Messenger, a geração M é uma geração multi-meios, ou seja, utiliza vários meios ao mesmo tempo, para se informar e se socializar. A adaptação dos meios de comunicação para essa nova tendência já é uma realidade, eles irão se complementar, formando comunidades de interesse comum, com conteúdo em várias plataformas (TV, impresso, internet ou celular). Olhando para trás, podemos ver que a grande maioria das novidades abraçadas pelos jovens permanece em nossa sociedade e se espalharam por pessoas de todas as idades. É comum observar “jovens” de 60 anos ouvindo rock n´ roll, mães que cresceram assistindo a Xuxa compram DVDs da apresentadora para seus filhos e pelo que parece a internet e a web também vieram para ficar. Um exemplo desta geração é Mark Zuckerberg, de 26 anos, criador do Facebook, a revista Time o elegeu "personalidade do ano". Segundo os editores da revista, "ao conectar meio bilhão de pessoas e mapear as relações sociais entre elas, ele alterou a forma como todos vivemos nossas vidas".

CONCLUSÃO
Sabemos que o conflito de gerações sempre existiu, as mudanças de comportamento entre elas também, mas antigamente era considerada uma nova geração aquela que substituísse seus pais, hoje isso não vale mais, podemos considerar novas gerações a cada dez anos,pois não se trata mais só de idade, o que realmente importa são os acontecimentos
históricos e a tecnologia, sua evolução é constante, cada dia maior, ela influencia o nosso comportamento, a maneira de pensarmos e agirmos.
Antigamente era o rádio, depois atelevisão que chegou retendo a atenção das pessoas e vimos a dificuldade da geração BabyBoomer para se adaptarem as mudanças, seu comportamento mais sério, maduro em relação a geração seguinte, Geração X, rebelde, mas também responsável, a procura de mais conhecimentos, novidades, apesar de não terem o trabalho como sua prioridade, e ainda tinham algumas restrições quanto aos avanços tecnológicos. Até aqui ainda podemos perceber que as pessoas faziam uma atividade por vez, assistir televisão era somente isto, ouvir radio também, ligar para alguém só era possível de sua casa, se tivesse telefone, ou de um telefone público.  O que percebemos é que das outras gerações para frente tem uma grande mudança, a cada dia mais as pessoas buscam inovações, são ansiosas, impacientes, super conectadas e realizam várias tarefas ao mesmo tempo, são multi meios. A Geração Y engloba tudo e todos que podem se adaptar as novas mudanças, a internet expandiu suas fronteiras. A Geração Z, já vive num mundo tecnológico e virtual, impossível de ser concebido sem celulares, internet, computadores e outros equipamentos de última geração. Já na Geração M os jovens fazem trabalhos ou estudam com fones no ouvido, ouvindo músicas ou vendo televisão e no computador conversando com os amigos no msn ou participando de blogs. Cada uma dessas gerações nos trouxeram aspectos positivos e negativos: os Baby Bommers buscavam a realização profissional, construção de uma carreira sólida, se preocupam com uma vida saudável,hoje,muitas empresas investem nesses profissionais,na tranquilidade que trazem pela experiência e a nossa qualidade de vida e saúde estão cada vez melhores. O lado ruim é que teremos no mercado grande número de pessoas mais idosas,o que causa gastos aos serviços públicos,essa geração também não gosta de depender dos cuidados de ninguém.
A Geração X rompeu ligação com gerações anteriores, mas gostavam de viver em grupo, profissionalmente, a carreira é dirigida a novos desafios e oportunidades,hoje sempre buscamos mais conhecimentos para somar a nossas carreiras,novos desafios,estamos sempre inseridos em grupos no trabalho e na vida e inovamos nas atitudes também. Porém o respeito pela família era menor, passavam muito tempo nas empresas e tinham restrições aos avanços tecnológicos. A Geração Y foi a explosão da internet, são pessoas que gostam de desafio, interatividade, tem liberdade com os pais, são parceiros, isso é ótimo,melhora o convívio em família,maior proximidade,estão sempre buscando novidades,em contrapartida são impacientes,inquietos e pela necessidade de voz ativa as vezes tem problemas no trabalho.
A Geração Z é totalmente tecnológica e virtual, tem muita facilidade de viver neste meio, a informação está a disposição fácil, a qualquer momento, e adoram novidades, essa influência está no nosso dia-a-dia,temos toda essa tecnologia a mão,podemos estar sempre atualizados,falando com pessoas distantes de qualquer lugar. O lado ruim é q nos tornamos dependentes de tudo isso, se esquecemos o celular em casa temos a sensação de faltar uma parte nossa,a vida real é prejudicada pela falta do contato pessoal e as informações ficam ultrapassadas muito rápido. A Geração M vive cercada pela mídia, são muito informados, tem facilidade para viver no meio virtual fazem varias atividades ao mesmo tempo e as informações são cada vez mais integradas em todos os canais.
É ótimo ter tanta facilidade para comprar,estudar conversar,mas isso causa um isolamento da pessoa com a família e os outros,causa também um consumismo muito grande para manter estar atualizado com equipamentos e as informações que os bombardeiam nem sempre são bem utilizadas. E,fim,podemos apreender de tudo isso que os avanços não param e assim como anteriormente,aquilo o que hoje achamos tão impossível, futurista, poderá ser em breve nossa realidade e também teremos que nos adaptar a ela.

REFERÊNCIAS

Vídeos do Youtube.com – Jornal da Globo parte 1 e parte 2

PESQUISA SOBRE A REFORMA PSIQUIÁTRICA


Atividade de Neurociências e Comportamento I  ministrado e orientado pelo professor Rafael Leite, para o curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves.

Discentes:

 Carla Nascimento;Lissandra Martins; Everaldo Monteiro ; 
Janilda Angélica;Juciene Queiroz; 
Rita de Cássia Goulart; Tatiane Pimentel;
Vanessa Giacon;Vanilda Oliveira

O processo de Reforma Psiquiátrica brasileira tem uma história própria, inscrita num contexto internacional de mudanças pela superação da violência e dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos. Entendemos  que a reforma caminha a passos lentos, diante da necessidade da sociedade, por isso, é fundamental a presença de um maior comprometimento do nosso governo com a saúde mental, seriedade e respeito para com estes cidadãos. Com base na pesquisa e entrevista realizada, observamos que significativa parte da Lei não está em vigor, por falta de estrutura organizacional, recursos financeiros e uma sociedade sem conhecimento a respeito de como conviver em segurança com o portador de transtorno metal.A reforma propõe alternativas extra-hospitalares como as oficinas terapêuticas, hospitais-dia, programas de atenção primária, entre outros. No entanto, essa proposta ainda não cumpriu seu objetivo.Contudo, houveram conquistas importantes como por exemplo: início dos debates sobre as necessidades e direitos, conquista da cidadania, discussões sobre as terapias, torturas e abusos de diversas ordens, e surgimento do trabalho multidisciplinar com a equipe dos profissionais envolvidos no tratamento - psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, e investimento na qualificação dos mesmos.A partir de 1990 o Ministério da Saúde vem publicando portarias que estabelecem normas de funcionamento específicas para os Serviços Substitutivos de Saúde Mental, os chamados CAPS / NAPS (Centros/Nucleos de Atenção Psicossocial).Nosso país dispõe de várias leis estaduais e federais sobre o redirecionamento da assistência em saúde mental,isto é,zelam pela  extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos substituindo-os por outras formas de tratamento e garantindo os direitos humanos dos portadores de doença mental. Com essa reforma espera-se que a sociedade possa conviver melhor e de forma mais harmônica com essas pessoas de transtorno mental além de outros benefícios que favoreçam o individuo portador de uma doença mental.
Segue abaixo a entrevisat com Fabiana Kubiak, Psicóloga  Especialista em Saúde Mental, Mestranda em Políticas Públicas. Professora de cursos de graduação e pós-graduação. Atua na emergência do Juliano Moreira, sobre a Reforma Psiquiátrica.
1) Qual a importância da reforma psiquiátrica para a saúde mental?      
Na minha opinião, a Reforma Psiquiátrica é fundamental para a saúde mental, por nos forçar a refletir constantemente na melhoria do tratamento, buscando uma melhor eficácia, mantendo a dignidade dos assistidos.
2) A lei 10.216, sancionada em 06 de abril de 2001,regula as internações psiquiátricas e promove mudanças no modelo assistencial aos pacientes portadores de sofrimento mental, gostaríamos de saber como na vida cotidiana esta lei está sendo colocada em prática através dos serviços ambulatoriais, hospitais e Centros de Atenção Psicossocial?
A lei determina que os leitos sejam gradativamente diminuídos, substituídos por serviços territoriais. Na prática, ela estimulou a criação de novos dispositivos, e de outra postura a condução do tratamento pelo aumento do leque de opções. Por outro lado, a lei não tem o peso da mudança cultural, e não pode ter efeito sobre a estigmatização dos portadores de transtorno mental, cabendo aos profissionais o "trabalho de formiguinha" nesta direção.
3) Como é realizado o processo de humanização para aquelas pessoas portadoras de transtornos mentais? Existe um programa de apoio aos familiares e, caso haja, como é realizado?
O processo de humanização deve ocorrer em todos os lugares, e em qualquer  tempo. Em casa, nos serviços públicos, enfim, no dia a dia de todos nós. Eventos culturais com este objetivo (de sensibilizar a população geral) têm se tornado comuns. Os familiares devem ter acompanhamento garantido em todos os serviços de saúde mental, como outra ferramenta terapêutica indireta e como cuidado específico para estas pessoas.
4) O primeiro CAPS surgiu em São Paulo em 1987, como precursor da reforma na saúde mental, demonstrando a possibilidade de uma rede substitutiva do hospital Psiquiátrico. Para o senhor(a), os CAPS caracterizam a Reforma Psiquiátrica?
Não. O que caracteriza a Reforma são as posturas, as intervenções diferenciadas, e que não precisam de CAPS para ocorrer. Podem ocorrer num ônibus lotado, numa piada em um bar, por exemplo, e isso é ser verdadeiramente Reformista. Os CAPS precisam trabalhar em cima destes valores de cidadania para que não sejam pequenos manicômios, perpetuando a barbárie dos antigos asilos.
5) Existem melhorias que estavam no projeto para acontecer e efetivamente não aconteceram até hoje? Por que?
No projeto do CAPS? Se falamos da realidade baiana, o projeto do CAPS está sendo cumprido em termos de pessoal (tirando o profissional psiquiatra, que sempre está em falta), e vem caminhando em termos de número de CAPS. Por outro lado, temos profissionais que precisam de capacitação, e que precisam abraçar a causa da humanização do tratamento, sem descuidar da sua eficácia. Mas se falamos em termos nacionais, os CAPS têm promovido a mudança da cultura e na vida de pessoas que não tinham outra perspectiva de vida a não ser viver em instituições fechadas. Por quê? Para mim, questões poílticas, de desorganização dos movimentos sociais, falta de implicação da maioria dos usuários e seus familiares, e gestores que não fazem o suficiente, não dão conta dos desafios que enfrentamos. Temos experiências fantásticas fora da Bahia, e não conseguimos avançar por aqui, o que prova que os problemas não vêm do modelo, mas da implantação destes por aqui.
6) O que esta sendo feito ainda hoje para dar continuidade a reforma psiquiátrica?
Mantemos a mobilização política a duras penas, com a participação dos usuários, aqui na Bahia em construção perene, mas ainda com poucos membros atuantes. Além disso, buscamos a mobilização de outros atores, a partir de manifestações culturais, como a Parada do Orgulho Louco, e pelos instrumentos de participação popular institucionalizados, como o Conselho de Saúde e as Conferências.
7) O senhor(a) como profissional da saúde já presenciou alguma reação agravante nos pacientes mediante a internação compulsória?
Claro. Situações que poderiam ser resolvidas com acompanhamento mais intensivo em dispositivos abertos, mas que, por motivos vários (e nenhum relacionado ao quadro apresentado pelo usuário) foram encaminhados para o HCT. Esses usuários tiveram sua vida marcada indelevelmente, com uma reinserção muito mais difícil na sua saída. Trabalho, relações afetivas e familiares completamente prejudicadas.
8) A distribuição dos CAPS ainda reflete desigualdade entre as regiões brasileiras. O senhor acha que esta problemática é um fator determinante que dificulta a estabilidade ou cura destes pacientes?
Não falamos de cura, e a estabilidade precisa de muito mais do que apenas o CAPS. Mas é claro que o tratamento de alguém que mora na região amazônica fica muito mais limitado (lá não tem CAPS, ou só tem um, que me lembre) do que em Salvador, que tem pelo menos um CAPS em cada distrito.
9) Qual o papel principal do CAPS? 
Prestar atendimento especializado e personalizado a portadores de transtorno mental dentro de um território circunscrito. Outras atribuições: regular a assistência do território, intensificar o trabalho da rede de cuidados, mobilizar a população.
10) Quais as divergências de opinião sobre a Reforma Psiquiátrica?
Existe um movimento de contra-reforma que critica os novos dispositivos, e defende a internação como o único tratamento possível para estas pessoas. Este movimento proclama que os usuários ficam desassistidos nos novos dispositivos, e trazem dificuldades ainda maiores para os familiares, que precisam aprender a lidar com estas pessoas.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA:

Conselho Nacional de Saúde. Concessão Organizadorada III CNSM Relatório Finais da III Conferência Nacional de Saúde Mental
www. portal saúde.gov.br                                                                                              http://www.webartigos.com acessado em 16/05/2011   http://www.webartigos.com/articles/52341/1/Servico-Social-em-Saude-Mental/pagina1.html#ixzz1Ml8l75ae  www.webartigos.com/ articles/11430/1/Saúde Mental---Luta Antimanicomial http://www.saudecomdilma.com.br/index.php/2011/05/16/reforma-psiquiatrica-a-luta-de-olhar-o-ser-humano-como-o-sujeito-de-todas-as-acoes                        www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm                                                         www.leidireito.com.br


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pesquisa Bibliográfica sobre a História da Psicologia no Brasil e no Estado da Bahia.


Atividade de Fundamentos Filosóficos e Epistemológicos da Psicologia  ministrada e orientada pela professora Rita Rapold, para o curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves.

Discentes:

 Carla Nascimento;Lissandra Martins; Everaldo Monteiro ; 
Janilda Angélica;Juciene Queiroz; 
Rita de Cássia Goulart; Tatiane Pimentel;
Vanessa Giacon;Vanilda Oliveira


No Brasil Início do século XIX, não havia uma Psicologia propriamente dita, com terminologia própria, com conhecimento definido ou uma prática reconhecida, mas era crescente o interesse da elite brasileira pela produção e aplicação de saberes psicológico. Foi com a chegada da família real em 1808, e a independência, em 1822 que esse quadro se modificou sensivelmente. Com a modificação do panorâmico social e cultural do país, foram criados órgãos oficiais de transmissão e elaboração do conhecimento, como cursos superiores e sociedades científicas, periódicas na área da saúde que se constituíam como sinais de novos tempos. As mais antigas bases sobre as quais, mais tarde, veio à psicologia a se estabelecer no Brasil são reveladas pelo pensamento psicológico produzido nesse momento, denominado como período pré-institucional da psicologia, por não terem as obras então produzidas vínculos diretos com instituições especificas, como viria a acontecer posteriormente. A preocupação com os fenômenos psicológicos aparece em obras oriundas de outras áreas do saber, tais como: Teologia, Moral, pedagogia, médica, política e até mesmo Arquitetura; encontram-se, nestas, partes dedicadas ao estudo, análise e discussão de formas de atuação sobre os fatos psíquicos. Os autores brasileiros, com exceção de alguns que, embora tenham nascidos em Portugal, aqui passaram a maior parte de suas vidas,em geral, tiveram formação jesuítica e cursaram universidades européias, particularmente a universidade de Coimbra.A maioria desses autores exercia função religiosa ou política tendo vários deles ocupado importante cargos na colônia ou na metrópole. Entre eles José de Anchieta que revela através de suas “cartas informações, fragmentos históricos e sermões”, que já se podia apreender algo sobre a subjetividade indígena daquele período histórico e social. O “psicólogo” José de Anchieta é claro, é sujeito de seu tempo, apreende o ser índio a partir do seu ponto de vista antropológico da teoria católica da época. Podemos entrever o reconhecimento efetivo da identidade psicossocial do índio enquanto sujeito, cuja subjetividade se revela no espaço de relações concretas e deve ser compreendida na sua peculiaridade e diversidade.As obras são impressas na Europa, sobre tudo em Portugal, pois ainda não havia imprensa no Brasil. Encontram-se nessas obras preocupações com os seguintes temas: emoções, sentidos, auto-conhecimento, educação de crianças e jovens, características do sexo feminino, trabalho, adaptação ao ambiente, processos psicológicos, diferenças raciais, aculturação e técnicas de persuasão de “selvagens”, controle político e aplicação do conhecimento psicológico á pratica medica. No século XIX o Brasil sofreu grandes mudanças, deixando a condição de colônia e transformando-se em império, ainda que se mantendo sob o poder da realeza portuguesa. A condição de autonomia, mesmo que relativa, trouxe profundas transformações à sociedade brasileira, inserindo-se aí a produção de idéias e práticas de natureza psicológica. Neste contexto, o pensamento psicológico produzido neste período diferenciou-se do precedente, particularmente pela vinculação às instituições então criadas. A produção de saber psicológico ainda foi gerada, no entanto, no interior de outras áreas do conhecimento, fundamentalmente na Medicina e na Educação. Desta forma, os personagens dessa história são principalmente médicos, educadores, bacharéis em direito e até engenheiros, sendo que muitos deles acabaram por dedicar-se exclusivamente à Psicologia e podem ser considerados como os primeiros psicólogos brasileiros.
Em 1833 foram criadas as faculdades de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia. Segundo Pessotti (1988) são “nestas instituições e em escolas de formação do magistério que se inicia a formação de um saber psicológico brasileiro em moldes acadêmicos”. No decorrer do século XIX até o início do século XX, inúmeras teses de graduação em Medicina abordaram temas "psicológicos” Em 1890 Benjamin Constant introduz nas escolas normais o ensino da Psicologia através da Reforma de Ensino, para que fosse transmitida a Psicologia Lógica, Pedagogia e Psicologia nas disciplinas de Filosofia e Pedagogia. Alguns anos depois, idealizado por José Joaquim Medeiros e Albuquerque, em 1906, o psicólogo francês Alfred Binet planejou para o Brasil o primeiro Laboratório de Psicologia Pedagógica no “Pedagogium”. Foi dirigido por 15 anos pelo médico sergipano Manoel José Bonfim, ele considerava “o fenômeno psicológico como eminentemente histórico social constituído nas relações entre consciências, mediatizadas pela linguagem, compreendida como produto e meio da socialização” (Campos et al.,2001; p.93).O primeiro Laboratório de Psicologia Experimental foi criado em 1914,na escola normal de São Paulo, dirigido inicialmente pelo italiano Ugo Pizzolli.As escolas normais que tinham como objetivo formar professores de ensino infantil e o que hoje chamamos de ensino fundamental, em 1921 viram acrescentado ao seu currículo a disciplina Psicologia, mas ainda nessa época como optativa, só passou a ser disciplina obrigatória a partir de 1928.
Em 1923 foi fundado o Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas de Engenho de Dentro, estado do Rio de Janeiro, dirigido pelo polonês Waclaw Radecki, este laboratório não se limitava à experimentação; deveria auxiliar a instituição médica frente às necessidades clínicas e sociais, além de atuar como núcleo científico e centro didático na formação dos técnicos brasileiros, sendo transformado em 1931 no Instituto de Psicologia do Ministério da Educação e Saúde Pública. Mas o objetivo de Radecki não foi alcançado, com menos de um ano de atividade, provável falta de recursos financeiros e também pela pressão de grupos médicos e católicos, foi fechado sendo novamente reaberto em 1933 e incorporado alguns anos mais tarde à Universidade do Brasil, atual UFRJ. Ainda neste ano de 1923, Ulysses Pernambuco foi nomeado diretor do Hospital de Doenças Nervosas e Mentais do Recife, abolindo o uso da camisa de força e introduzindo a terapia pelo trabalho (praxiterapia). “Publicou em 1930, “A Psicologia em Pernambuco” e em 1933” A Reforma de Assistência a Psicopatas de Pernambuco”.Manoel Bergstrom Lourenço Filho, professor e bacharel em direito, em 1926, organizou a obra “Biblioteca da Educação”, com vários títulos na área de Psicologia. Em 1929 começou a pesquisar sobre a leitura e a escrita, que resultou na publicação dos “Testes ABC”, reconhecidos e válidos internacionalmente, apesar das críticas que possam ser feitas a testes psicológicos em geral. Alguns anos depois publicou também “Introdução ao Estudo da Escola Nova”, implantou as classes escolares homogêneas com base na aplicação e resultados dos alunos nos testes ABC. Em 1938 foi nomeado diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP. Lourenço Filho liderou o processo que culminou com a regulamentação da profissão e a implementação dos cursos específicos para a formação de psicólogos.
Em 1927 foi fundada a Fundação da Sociedade Brasileira de Psicanálise por Franco da Rocha, Lourenço Filho, Raul Briquet, Durval Marcondes, dentre outros.O ano de 1929 foi o momento em que se criou a Escola de Aperfeiçoamento para Professores em Minas Gerais, com um Laboratório de Psicologia idealizado por Claparède, Simon e Walter e coordenado pela renomada Helena Antipoff.
A Revolução de 30, tras alguns aspectos marcantes como a vinda de professores estrangeiros para chefiar e orientar grupos; a formação de bibliotecas mais ricas; criação de uma carreira em psicologia, mesmo que em cursos destinados a filosofia, ciências sociais ou pedagogia; o surgimento da influência da psicologia norte-americana ao lado do influxo de origem francesa ou européia; a associação de uma Psicologia Geral e Experimental à formação filosófica ou sociológica e a vinculação de Psicologia Educacional à formação em Pedagogia. Desta polarização deriva a ênfase em aspectos teóricos e metodológicos da Psicologia nos cursos de Filosofia e Ciências Sociais e dedicação aos testes, nos de Pedagogia.
A Primeira Universidade do país é criada em 1934, a USP. Segundo Pessoti (1988) é nesta universidade e neste mesmo ano que a Psicologia torna-se disciplina obrigatória de ensino superior, em três anos nos cursos de Filosofia, Ciências Sociais, Pedagogia e em todos os cursos de licenciatura e deixa assim a condição de disciplina opcional, acessória da Psiquiatria ou da Neurologia. Outra Universidade foi criada em 1939, a Universidade do Brasil, atualmente é a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mais alguns anos a frente, em 1945, é fundada a Sociedade de Psicologia de São Paulo por Annita Cabral e Otto Klinenberg. Um ano depois foi lançada a Portaria 272, referente ao Projeto Lei 9.092, que institucionalizou a formação do psicólogo brasileiro. Segundo Pereira e Pereira Neto (2005), “ O psicólogo habilitado legalmente deveria freqüentar os três primeiros anos de filosofia, biologia, fisiologia, antropologia ou estatística e fazer então os cursos especializados de psicologia. Com a formação dos denominados especialistas em psicologia, iniciou-se oficialmente o exercício desta profissão”.
O primeiro curso de Psicologia foi criado em 1953 na PUC – Rio, neste mesmo ano foi realizado o I Congresso Brasileiro de Psicologia, no Paraná e elaborado o primeiro anteprojeto de regulamentação da profissão de “psicologista”, pela Associação Brasileira de Psicotécnica e pelo ISOP. No ano seguinte foi fundada a Fundação de Associação Brasileira de Psicólogos, em São Paulo. A partir de 1957 a Psicologia distingue-se da Psiquiatria e da Pedagogia, segundo o parecer 412/57 e amplia seu campo de atuação. Mais de mil pessoas nesse período atuam com Psicologia Aplicada e no mesmo ano foi criado o curso de Psicologia na USP, criado por Annita Cabral e outros. No dia 27 de agosto de 1962 foi aprovada a lei 4119 que regulamenta a profissão e a formação do psicólogo no Brasil. De acordo com a lei são funções privativas do psicólogo: o diagnóstico psicológico, a orientação e seleção de pessoal, a orientação psicopedagógica, a solução de problemas de ajustamento e a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências. No mesmo ano o Conselho Federal de Educação (CFE) emite o Parecer 403/62 que fixa o currículo mínimo de formação em Psicologia no Brasil. Colaboraram para este parecer os professores Lourenço Filho, Nilton Campos, Carolina Bori, dentre outros. Em 1964 com o golpe militar emerge a Psicologia Humanista como a “terceira força” da psicologia, ainda neste ano é criado o primeiro mestrado em Psicologia na PUC-Rio; o regime militar dissolve o Departamento de Psicologia da UNB e também é realizado o I Encontro Nacional de Psicologia, em São Paulo.Em 1971,através da lei 5.766,foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia, estes teriam como objetivo regulamentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão. O Primeiro Código de Ética Profissional foi aprovado em 1975. Foi elaborado inicialmente pela Associação Brasileira de Psicólogos, em 1967 foi modificado e aprovado em resolução do CFP somente em fevereiro de 1975. Quatro anos depois em 1979, foi reformulado; em 1987 foram acrescidas resoluções complementares; e em 2005 foi aprovado o atual Codigo de Ética Profissional. O primeiro Congresso Nacional de Psicologia foi realizado em 1994, em Campos do Jordão e a partir de 1999 aproximadamente 100.000 psicólogos encontram-se legalmente reconhecidos para praticar a Psicologia no Brasil. Essa é uma história sem fim, continua até nossos dias em constante desenvolvimento.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NA BAHIA
Para entender a história da Psicologia, é necessário voltar a fatos do passado,desde a vinda da família real, no período do Brasil colônia. Na Bahia ,em 1808, com a assinatura da Carta Régia, por D.João,criou-se o Ensino Médio no Brasil. Essa criação fora o início do estudo e desenvolvimento do ensino. D.João era Príncipe Regente porque sua mãe, D. Maria I,tinha ficado louca, perdera a razão, desde o falecimento do marido e do filho primogênito. Em Agosto de 1962, foi promulgada a Lei Federal nº 4.119, que regulamentou a profissão de psicólogo no País. Em 1968, fora criado o curso de graduação em Psicologia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas na Bahia, que sofreu atraso de uma década na sua criação idealizada por João Inácio (curso de graduação em Psicologia na Universidade Federal) devido a preconceitos e resistências da classe médica que detinha um status social e dominava a área profissional da saúde. Sendo assim, o nascimento desse curso ameaçava e disputava uma área profissional até então ocupada por médicos de várias especialidades e até mesmo por clínicos gerais, mas essa influência preconceituosa não impediu o avanço da Psicologia.
Na década de 70, fora implantada na Bahia, linhas de estudo sobre a psicoterapia. Só em 1975,que a profissão de psicólogo passou a ser organizada e estabelecida. A Universidade Federal da Bahia, era a única formadora de psicólogos do Estado, por um período, aproximadamente, de três décadas. Em 1998, trinta anos depois, inicia na Faculdade Ruy Barbosa o curso de graduação em Psicologia. Hoje, existem vinte e quatro Instituições de Ensino Superior que oferecem o Curso de Psicologia, para cinco de graduação em Medicina em todo o Estado. Em uma perspectiva positiva, a Psicologia passa a ter um conhecimento próprio tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compreendido entre a medicina e educação. Com isso, o mercado de trabalho sofreu várias alterações socioeconômicas, com o surgimento de várias faculdades. Em uma análise negativa, mostra que o um crescente número de profissionais pode está contribuindo para a degradação do valor da mão-de-obra. Sem falar nos novos problemas e disputas interprofissionais. A profissão do psicólogo no Brasil teve inicio com a criação das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia em 1833 e até o final do século XIX, não havia nenhuma sistematização ou institucionalização do conhecimento psicológico. A Psicologia não era incipiente. As associações profissionais e de pesquisa não foram identificados o que existia eram pessoas interessadas, curiosos dos temas e questões psicológicas, portanto, não havia a profissão de psicologia no Brasil durante o século XIX. Sendo este período denominado pré-profissional.
A Psicologia foi iniciada como ciência há cerca de 100 anos, sendo a sua regulamentação, como profissão no Brasil, somente em 27 de agosto de 1962 perante a LEI: 4.119: dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Com a vinda do golpe militar de 1964 e com a instalação de seu regime repressivo, a perspectiva da psicologia e as suas conquistas foram reprimidas. O currículo do curso sofreu várias mudanças pelo Ministro da Educação. Segundo Carpigiani (2000, p.97), “Ocorreram mudanças enormes nos últimos anos no Brasil e no mundo, no que se refere aos aspectos: cultural, social, político, ideológico, dentre outros, hoje requerem a intervenção da psicologia com tais mudanças nova paradigmas surgiram”. O período da profissionalização é compreendido entre 1890/1906 e 1975.abordando desde a gênese da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão e a criação dos seus dispositivos formais que teve várias discussões sobre essa nova profissão e a partir daí, um novo rumo começou a ser delineado. Após a inauguração dos laboratórios de psicologia experimental na educação (1906), e a criação do código de ética (1975) a psicologia passa a ter um conhecimento próprio tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compreendido entre a medicina e a educação.
Na Bahia, Nina Rodrigues (1939) aplicou o paradigma ao contexto social no final do século XIX produzindo conhecimentos sobre aspectos do ambiente cultural, de tipos humanos, do comportamento de grupos e de pessoas. Rodrigues delegou o retrocesso econômico da Bahia á predominância da raça negra e aos mestiços, que, com suas doenças, costumes e religião, influenciavam a população. E concluiu que tanto a decadência do estado quanto o caráter epidêmico da doença conformavam uma enfermidade decorrente de uma e patológicas. A descrição antropológica que daria sustentação á sua análise de movimentos sociais.
Nina se inspirava na produção científica de europeus que tornava patológicos os conflitos da vida cotidiana, situou os seus estudos sobre movimentos de massa como constitutivo da Psicologia social.Em 1975 a profissão psicóloga passou a estar organizada e estabelecida. Sofrendo alterações socioeconômicas. Com formação referente a três grandes áreas como: Clínica, Escolar, Organizacional.

PIONEIROS DA PSICOLOGIA NO BRASIL E NA BAHIA  
Francisco Franco da Rocha
Conhecido como o eminente psiquiatra e psicólogo de renome internacional, brasileiro casado, paulistano de Amparo, distinguiu-se por ter sido por ter sido um dos pioneiros em psiquiatria e psicologia no Brasil. Assenhoreou-se das idéias e teorias dos filósofos gregos e romanos da antiguidade assumia posição crítica o que levou a adotar suas próprias idéias como características humanitárias em relação aos doentes mentais. Idealizou e fundou o hospício Juqueri hoje Franco da Rocha. Foi professor da clinica neuriátrica e psiquiátrica na faculdade de medicina de São Paulo e introduziu a teoria freudiana, divulgando-a no Brasil pela primeira vez. Devido as suas numerosas publicações foi membro da Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira nº. três que tem como patrono Matias Aires. Foi um dos pioneiros da psiquiatria Social e da Forense como também da psicologia Social e Psicologia Jurídica do Brasil. Sua dedicação foi um marco para os portadores de doenças mentais procurando não só o tratamento mais colaborando para que esses pacientes fossem felizes desenvolvendo atividades úteis e sentissem valorizados
Juliano Moreira
Moreira também foi um dos pioneiros da psiquiatria brasileira.
Dois anos antes da abolição Juliano Moreira entra na faculdade de medicina da Bahia, formando-se aos 18 anos, em 1891, tornou-se professor da faculdade. Nascido em 06 de janeiro de 1873, Juliano é um dos pioneiros, pois participou em 1900 de congressos internacionais representando o Brasil. Em 1903 após exercer a clinica psiquiátrica na Faculdade Baiana de Medicina, mudou-se para o Rio de Janeiro onde a frente do Hospício nacional dos Alienados, humaniza o tratamento e acaba com o aprisionamento dos pacientes. Para Julian fatores físicos e situação como higiene e falta de acesso a educação era a causa original das doenças mentais o que contrariava os pensamentos em voga no meio acadêmico que atribuía os problemas psicológicos a miscigenação.Foi Membro da Academia Brasileira de Ciências entre 1917 e 1929 tendo ocupado o cargo de presidente no último triênio. Em 02 de maio de 1932 Juliano Moreira morre no Rio de Janeiro.Sua contribuição foi de grande importância na saúde mental na Bahia e no Brasil.

Álvaro Rubin de Pinho
Nascido em Manaus e falecido em Salvador no ano de 1996 formou-se médico pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1945. Especializou-se em psiquiatria em Salvador e em São Paulo, defendeu a tese “diagnóstico da psicose maníaco depressivo” em 1955 e as “funções cognitivas dos epilépticos”, em 1965. Durante muitas décadas foi o professor titular de psiquiatria da Universidade Federal da Bahia, formando e influenciando gerações de psiquiatras. Sua obra totalizou-se de 70 publicações incluindo investigações em psiquiatria transcultural, psicofarmacologia, neuropsiquiatria forense e história da medicina. Alguns de seus trabalhos sobre psiquiatria cultural e antropologia das doenças mentais foram: “Aspectos socioculturais das depressões na Bahia, em 1968”; “Tratamento religioso das doenças mentais em um bairro pobre de Salvador, 1976”.Afirmou que seus mestres foram Luiz Cerqueira, influenciando no estudo da dimensão social da doença mental e Nilson Pires que o ensinou a importância da Psicologia, as obras de Raimundo Nina Rodrigues, particularmente as dedicadas aos transtornos mentais coletivos e Arthur Ramos que na década de 20 realizou estudos detalhado sobre os estados de possessões do candomblé considerados fenômenos culturais diferenciando-os claramente dos transes histéricos, considerados fenômenos psicopatológicos.Portanto é de grande relevância e notoriedade a contribuição de Álvaro Rubim para a medicina no que tange aos problemas mentais na cidade do Salvador e consequentemente para o país.
Ulisses Pernambuco de Melo Sobrinho
Natural de Recife nasceu em 06 de fevereiro de 1892 e faleceu no Rio de Janeiro em 1912, exercendo a clinica geral na cidade de Lapa, PR e em Vitória de Santo Antão, PE. Em 1925 fundou em Recife o Instituto de Seleção e Orientação Profissional de Pernambuco. Antes em 1917 foi nomeado para o asilo da Tamarineira na sua atividade psiquiátrica de 1930 a 1935.Em 1918 prestou concurso para cátedra de Psicologia e pedagogia (estudo natural integral da criança, sob o aspecto biológico, antropológico, psicológico) tendo sido aprovado em 1º lugar e no ginásio catedrático de psicologia, lógica e história da filosofia.Na década de 30 Ulysses foi diretor do hospital Tamarineira, tinha um projeto chamado de pensão protegida, porém não teve sucesso porque terminou sendo preso pelas forças da ditadura de 1937.Em 1938 fundou a revista Neurobiologia, psiquiatria e higiene mental no nordeste.

Isaias Alves
Natural de Santo Antônio de Jesus - Bahia. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia em 1910. Tendo-se dedicado ao magistério antes mesmo da sua formatura, obteve, em 1931, o Masters of Arts e Instructor in Psychology pelo Teachers College da Columbia University, tendo estudado com Edward L Thorndike.

Dirigiu o Ginásio Ypiranga, a partir de 1911. Foi professor do Ginásio da Bahia. Na Escola Normal da Bahia (atual Instituto Central de Educação Isaías Alves), lecionou Psicologia Educacional (a partir de 1931) e realizou estudos psicológicos, com a colaboração de Simone Bensabath e João Inácio Mendonça, seus assistentes; foi idealizador, fundador e professor da Faculdade de Filosofia da Bahia (atualmente integrada à Universidade Federal da Bahia). Foi comissionado pelo governo da Bahia para orientar professores primários na utilização de testes pedagógicos e psicológicos. Realizou, em 1926, a aferição da escala Binet-Simon, na versão Cyril-Burt, publicada nos Anais Médico-Sociais da Bahia. Realizou também pesquisas com o Teste de Ballard. Entre 1932 e 1935, montou o Serviço de Testes no Serviço de Medidas Escolares do Instituto de Educação, na gestão de Anísio Teixeira na Direção da Instrução Pública do Distrito Federal; aí criou e produziu vários estudos sobre testes.
Escreveu inúmeras obras, dentre as quais: Teste Individual de inteligência: noções gerais sobre testes (1927), abordando a fórmula Binet-Simon-Burt e sua adaptação para a realidade brasileira e os testes de labirinto de Porteus; Os testes e a reorganização escolar (1930), procurando demonstrar a aplicabilidade dos testes à situação escolar; além disso, publicou obras sobre Educação e ministrou inúmeros cursos na Bahia e em outros Estados sobre testes e sua aplicação à Educação. Realizou pesquisas sobre a evolução psicológica da criança, tendo coletado 36.616 notas sobre o desenvolvimento dos seus três filhos mais novos, trabalho que ainda está a merecer análise. Isaías Alves integra uma tradição de educadores baianos, iniciada em meados do século XIX com Abílio Cesar Borges, Barão de Macahubas.

Referências Bibliográficas
ALARCON, RS, Identidade de La Psiquiatria Latino americana, México: Singlo V.. Editores; 1990
 ANTUNES, M.A. M. O processo de autonomização da psicologia no Brasil (1890 - 1930): uma contribuição aos estudos em história da psicologia.1991. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

CABRAL, A. C. M. A psicologia no Brasil. Psicologia, Boletim [da] Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, São Paulo, v.119, n.3, p. 9-51, 1950.
CERQUEIRA, L- Ulysses Pernambuco. Neurobiologia, 8: 298-300; Recife, 1945
LISBOA. Felipe Stephan. Historia da Psicologia no Brasil. PET Psicologia –Lisboa

LOURENÇO FILHO, M. B. A psicologia no Brasil. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p.41-53, set. 1971.
PESSOTTI, I. Dados para uma história da psicologia no Brasil. Psicologia, ano 1, n.1, p. 1-14. São Paulo, maio 1975.

PESSOTTI, I. Notas para uma história da Psicologia no Brasil. In: QUEM é o psicólogo Brasileiro. São Paulo: Edicon/CFP, 1988.

PFROMM NETTO, S. A psicologia no Brasil. In: FERRI, M. G.; MOTOYAMA, S. (Org.). História das ciências no Brasil. São Paulo, EPU/EDUSP, 1979. v. 3, p. 235-276.
Decreto, lei n°. 53.464 de 21 de janeiro de 1964;
Brasil, lei n°4.119 de 27 de agosto de 1962
Referências Digitais
www. neaad.ufes.br/subsite/psicologia/obs04hn.html